Um Guarda Redes De Outra Galáxia

Vitor Baía é o jogador com mais títulos em todo o Planeta : 27 no total. O número 99 do campeão da Europa entra para a história do futebol e supera figuras como Pelé, Rijkaard e Eusébio. Não tanto como os triunfos, as lesões também marcaram o seu percurso, de tal forma que puseram em causa a carreira. Quatro operações aos joelhos colocaram alguns pontos de interrogação, que foram eliminados á custa da vontade, por entre o sofrimento do Homem. Fernando Santos, actual vice-presidente do Académico de Leça, levou-o para as Antas. Quinito lançou-o na 1ª Divisão. Artur Jorge abriu-lhe as portas da Selecção Nacional. Robson tranportou-o para Barcelona, até que Van Gaal transforma o sonho em pesadelo. Humberto Coelho, então seleccionador nacional, apostou no guardião, apesar de este não ser titular em Camp Nou. Agostinho Oliveira foi o último técnico a convocá-lo para a equipa das "quinas". Scolari ignora-o, sem que se perceba porquê. Nomes marcam esta viagem pela eternidade. A mesma Selecção onde se transformou num ídolo, ao longo de 80 jogos, está hoje rodeada de muralhas intransponíveis e incompreensíveis. Até aqui Vitor Baía é um vencedor: tem sabido reagir ás forças de bloqueio com a dignidade que o agiganta. Da Académica de Leça ao topo do Mundo, o melhor guarda-redes da última edição da Liga dos Campeões ainda tem tempo para cumprir outros sonhos.

«O primeiro de Janeiro»